"O mundo está envelhecendo." Diz o Ministério da Saúde.
Nas últimas décadas tem ocorrido um importante processo de envelhecimento populacional no Brasil e em todo o mundo. Isto vem despertando o interesse das pessoas em descobrir mais sobre este fato, buscar pelo envelhecimento saudável, por qualidade de vida, por fórmulas milagrosas para adiar este fato, dentre outros.
Papaléo (p.28, 2006) em seu livro intitulado Geriatria, diz que “a partir de meados da década de 1940, experimentou-se uma importante queda na mortalidade, devido principalmente à implementação de práticas médicas o que provocou um considerável aumento da expectativa média de vida ao nascer, que já atingia 43,3 em 1950.”
Dando continuidade a esta pesquisa, Roach (p. 2, 2003) afirma que “em 1990 a expectativa de vida ao nascer era de 79 anos para mulheres, e 72,1 para os homens. Com os avanços tecnológicos na medicina, melhoria nutricional e ênfase na prevenção de doença e promoção da saúde, uma alta crescente na qualidade da saúde e uma ampliação no ciclo da vida podem ser atingidos. Em 2040, está projetado que a expectativa de vida será de 82,8 anos para mulheres e 75,9 para os homens.”
Esta melhora na expectativa de vida se deu pela diminuição da taxa de natalidade, pelos avanços da medicina, e também pelo fato da população estar cada vez mais tomando consciência de que precisa se cuidar, e que a melhor forma de fazer isto é prevenindo.
Atualmente a ideia de pessoa idosa não é mais aquela de que este é um “velho” que não pode fazer muitas coisas, que é frágil, não estuda mais, não trabalha mais, não namora, não viaja, etc, mas sim, de que, como todo mundo sabe, envelhecer é inevitável, mas podemos envelhecer com saúde.
Hoje, existe toda uma equipe interdisciplinar de saúde que se dedica ao estudo e à atenção ao idoso para atender essa demanda em todos os aspectos que esta nova fase da vida exige. São eles: médicos geriatras, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos, odontólogos e musicoterapeutas.
Na Terapia Ocupacional quando falamos em atendimento ao idoso, focamos na saúde, independência, segurança e integração social, pois são os aspectos que mais sofrem modificações no processo de envelhecimento. Assim, o objetivo geral do Terapeuta Ocupacional frente a este quadro é promover o desempenho dos idosos nas atividades de vida diária, nas atividades instrumentais de vida diária, nas atividades de trabalho e nas atividades de lazer. (Barreto e Tirado, p. 1210, 2006)
Ou seja, com o processo de envelhecimento o indivíduo vai perdendo sua capacidade funcional não conseguindo, ou conseguindo com dificuldade, realizar funções que julgamos tão simples, mas que são extremamente importantes para ele como realização das atividades comumente chamadas AVD e AIVD – respectivamente, Atividades de Vida Diária e Atividades Instrumentais de Vida Diária.
AVD são aquelas atividade relacionadas ao cuidado pessoal: banhar, vestir, alimentar, fazer a higiene, mobilidade e comunicação funcional.
AIVD referem-se às atividades relacionadas à administração do ambiente de vida e estabelecem relação com o domicílio e o meio externo: comprar, preparar alimentos, administrar uso da medicação, administrar finanças, cuidar da limpeza da casa, lavagem de roupas, sair de casa para atividades diversas, usar transportes e telefone.
Assim, a atuação do Terapeuta Ocupacional se dá a partir da identificação dessas limitações através de avaliação, depois o Terapeuta Ocupacional define os objetivos do tratamento, planeja a intervenção, decide as atividades terapêuticas específicas, aplica-as e realiza avaliações periódicas, sempre com o objetivo de aumentar ou manter a independência e autonomia, proporcionando qualidade de vida.
Portanto, um idoso precisa de um Terapeuta Ocupacional quando, por fatores fisiológicos, psicológicos ou sociais, o idoso tem suas atividades cotidianas comprometidas, pondo em risco sua autonomia e independência.
"A melhor idade é o tempo que vivemos as melhores histórias. Todo tempo é tempo para restaurar e corrigir, começar e recomeçar"
REFERÊNCIAS
BARRETO, Kátia; TIRADO, Marcella. Terapia Ocupacional em Gerontologia. In: Freitas E. [et al.]. Tratado de Geriatria e Gerontologia – 2º Ed. – Rio de Janeiro; Guanabara Koogan, 2006.
BRASIL, Ministério da Saúde. Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa: caderno de atenção básica nº 19. 1º EDIÇÃO – Brasília – DF, 2006.
PAPALÉO M, CARVALHO E. Geriatria: fundamentos, clínica e terapêutica. 2º edição – São Paulo, Editora Atheneu, 2006.
ROACH, Sally. Introdução à Enfermagem Gerontológica. 1º edição – Rio de Janeiro; Guanabara Koogan, 2003.